sábado, 28 de janeiro de 2012

Dia 4 de Fevereiro os Guardiões da Lua apresentam:


Texto de João Reis
Encenação e cenografia de João Reis
Actores: Realizada por quinze actores do grupo de teatro "Guardiões da Lua"
Comédia

         Sinopse da peça "Os filhos do vento e da lua":

Uma família itinerante de ciganos, chega de carroça a uma aldeia onde monta o acampamento para descontentamento dos habitantes locais. Apesar da má fama que têm e da rejeição, eles só querem sobreviver. Pedem esmola (as mulheres e as crianças) e o cigano faz trabalhos em verga para arranjarem dinheiro para o casamento da filha prometida, Carmem e Rafael. Também se vão apropriando, aqui e alem do alheio, o que lhes traz problemas com os guardas Birra e Ramiro.
Entretanto a filha Carmem, sonhadora que deixar a vida de cigana e renega a sua raça fugindo com um rapaz, Henrique, filho do guarda Ramiro. Na noite em que a mãe Rafael e a “Guardiã” matriarca, Esmeralda, vêm ao acampamento a combinar a data do casamento e a “esminar” a Carmem, ver se ela tem tudo no sítio para se casar, foge com o Henrique para Espanha. Assim é expulsa pela matriarca da raça cigana. A severidade da guardiã dos costumes e tradições da raça cigana não tem outro remédio senão anular o casamento e renega-la para sempre da sua raça. Entretanto o pai de Henrique, o guarda Ramiro, vem ao acampamento procurar o filho e tirar satisfações dos ciganos e quando todos os ciganos se vão precipitar para cima dele… ele vê a sua paixão de juventude. Arrebatados os dois e para surpresa de todos ela não é mais que a guardiã da moral, dos costumes e tradições dos ciganos; a matriarca Esmeralda.  



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vamos todos ajudar o Aníbal !




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A Presidência da República emitiu esta sexta-feira à noite uma nota a agradecer ao indivíduo que pagou um bolo de arroz e um sumo ao Presidente, depois de o encontrar em Santo Tirso, à porta de uma pastelaria.

Cavaco estava apenas de passagem para uma inauguração, mas o indivíduo tinha acabado de ver nas notícias as declarações do Presidente, onde lamentou que o que ganha não chega para fazer face às despesas.

«Tinha acabado de ver nas notícias e quando saio à rua, dou de caras com ele. Disse-lhe logo que dinheiro não dava, porque depois ele gastava tudo no BPN, mas aceitei pagar-lhe um bolo e um sumo», relata o indivíduo: «Os olhos do Presidente arregalaram e só me perguntou se o sumo podia ser néctar.»

Na nota da Presidência da República pode ler-se que «o Presidente da República ficou muito comovido com a oferta daquele cidadão e com o tamanho do bolo de arroz, que chegou para a Primeira Dama».


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Primeiro Aniversário do Blog da Quarta-Feira

Hoje dia 26 de Janeiro o Blog da nossa aldeia faz um ano, é ainda muito jovem e simples mas é um ponto de união dos Quartafeirenses que perto ou longe não esquecem a terra onde estão as memórias da sua infância.
Aos leitores e visitantes que gostam aqui fica a promessa de, sempre que possível, continuar a colocar assuntos relacionados com a nossa aldeia, aos que não gostam…que tenham paciência.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Carnaval da Nossa Aldeia

O Carnaval ou Entrudo, é desde há longa data, uma das festividades mais comemoradas na Quarta Feira. Nesse dia a refeição principal é constituída por carne de porco, especialmente os pés, orelhas, focinho e outra carne da cabeça sem esquecer o rabo. Quando o porco não tem rabo, por qualquer razão, há logo na matança quem diga: “faz falta para dia de Entrudo”.
Na Quarta Feira, semanas ou meses antes é costume juntar-se um grupo de rapazes para distribuírem entre eles os papeis que cada um vai desempenhar na chamada “Fama do Entrudo”.
Mas o que é afinal a “Fama do Entrudo” ou simplesmente a “Fama”, como vulgarmente aqui é chamada?
A “Fama” é então um conjunto de quadras, elaboradas por esse tal grupo de rapazes, em que se conta a vida do “Santo Entrudo” desde o seu nascimento, engenhosamente inventado, o seu percurso desde longa distância, durante o qual arranja “esposa”, com peripécias de toda a ordem até à sua chegada. Essa rapaziada dedica-se à investigação dos pontos fracos das pessoas, especialmente das raparigas e sua publicação, para vergonha das mesmas, “rematando” no final com avisos para que os fracassos que aconteceram não voltem a suceder, prometendo nesse caso vir a denunciá-las no ano seguinte.
Para dar corpo a todo o cerimonial, os rapazes reúnem-se à noite para comporem a sua “obra”. No meio do grupo há sempre alguém com maior capacidade de imaginação e com uma certa veia poética, que se encarrega da redação da fama, sempre em quadras, enquanto os outros vão sugerindo ideias e contando factos de que tenham conhecimento, para serem postos a descoberto.
A Fama começa por narrar, sempre na primeira pessoa, de um modo grotesco, o nascimento do Entrudo, a sua vida sempre difícil e dramática com acontecimentos de toda a ordem. Seguidamente, trata da viagem, também ela cheia de dificuldades, desde o meio de transporte utilizado até à fome a que por vezes faz alusão, à dormida, geralmente no cortelho do “marrano” ou numa “hospedaria” de classe semelhante. Durante a viagem, ele vai arranjar maneira de uma forma ardilosa, de “roubar”, a filha a alguém que seja já pessoa de conhecimento do público, de uma aldeia vizinha, para dar mais enfase ao espectáculo, sobretudo quando o próprio está presente. Este, meneando a cabeça, esboça quase sempre frases do tipo “És munta burro”, mas nem por isso deixa de rir com os factos narrados a seu respeito, pois como aqui se diz: “ É Carnaval e ninguém leva a mal”.
Seguidamente, já acompanhado da “mulher”, prossegue a viagem sempre caracterizada por acontecimentos rocambolescos, entre os quais tem de roubar um burro para si e outro para a “esposa”. Uma vez em posse de “boas montadas”, adquiridas das mais variadas formas, mas em que o Entrudo prega sempre qualquer partida ao dono, o “casal” prossegue então a viagem até ao local do destino, neste caso a nossa Quarta Feira.
Ao chegar à aldeia, entra em contacto com alguém, a quem vai pedir alguns préstimos, como sejam ferrar o burro, fazer a barba, “dar um copo” etc.. Nestes casos vai pedir, com certa graça para todos, a um ferreiro, por exemplo, para curar o burro, e é capaz de pedir ao veterinário para lho ferrar e assim por diante, procurando de qualquer modo que o povo ria a plenos pulmões.
Após ter feito a barba, ferrado o burro, maquilhagem à esposa e sabe-se lá o quê, ele aí está a apresentar-se ao publico em tom ameaçador, referindo-se aos avisos que fizera no ano anterior, os quais foram desrespeitados. Eis a razão da sua presença ali, para os denunciar de novo, começando nesse momento as denuncias dos factos que, segundo ele, aconteceram durante o ano, embora sejam apenas fruto da imaginação do autor. Este declara que esses acontecimentos são verídicos e têm de ser castigados, com a infâmia da denúncia em praça pública.
Depois de “desfolhar todo o reportório”, volta a ameaçar os ouvintes, faz as despedidas e vai-se embora, disparando para o ar, com uma caçadeira, dois tiros de pólvora seca.
Com a finalidade de montarem todo o cerimonial, no dia de Entrudo os rapazes pedem dois burros, que são devidamente enfeitados, um para o Entrudo e outro para a “esposa”.
Num lugar escondido, onde apenas a pequenada gosta de ir espreitar, fazem-se todos os preparativos.
O Entrudo, com a cara pintada a preceito mas sem a máscara, vem montado num dos burros, trazendo na mão o “livro da fama”. A mulher, do meso modo, devidamente caracterizada a preceito e maquilhada, pois de um rapaz se trata, vem também montada noutro burro, geralmente bordando uma pequena peça de linho. Os dois burros são guiados por dois homens, vestindo uniformes militares e trazendo cada um ao ombro a sua arma, para imporem à multidão todo o respeito que o ato merece.
  
 

  
 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

As Festas na Freguesia de Sortelha

O povo de Sortelha possui tradições muito ligadas à religião, pelo que a maior parte das suas festas são de carácter religioso.
Geralmente as festas são compostas de duas partes bem distintas: uma primeira parte religiosa, em que é festejado cada um dos santos da terra ( Stº Antão, Stº António, etc ) com as respectivas cerimónias religiosas, entre as quais as tradicionais procissões e uma outra parte profana, nas tardes do dia da festa e também no dia seguinte em que o povo dá largas à sua alegria e festeja das mais variadas maneiras aquilo a que chama “ a segunda feira da festa.
É neste dia que têm lugar as actividades de carácter lúdico. Para além da missa, que costuma ser celebrada por volta do meio dia, não há nesse dia qualquer outra ocupação que não seja o divertimento. Após o almoço as pessoas vão-se juntando nos cafés ou nos lugares onde se costuma realizar o tradicional baile. Como o dia é de festa e não há nada para fazer, existe sempre alguém que convida um grupo para um jogo, ideia que geralmente é bem aceite pelos presentes. Decide-se qual a modalidade, se não foi previamente referida no acto do convite e o jogo inicia-se. Um dos jogos que goza de preferência dos habitantes de Sortelha nestas ocasiões é o jogo da malha, embora se joguem outros, como a raiola ou vintém, a pétanque ( petanca ), o jogo do galo, o jogo do pau ensebado, as corridas de burros, as corridas de sacos, etc.
Entretanto, enquanto os mais velhos e as crianças jogam, a juventude, rapazes e raparigas festejam a seu modo aquele dia de folga por que tanto anseiam ao longo do ano, abrilhantando com os seus trajes domingueiros e sobretudo com muita alegria, o grandioso baile que nessa data é acontecimento de grande importância local.
Ao som de um tocador ou de um conjunto musical, outrora ao som da concertina, o largo enche-se de gente. É ali que rapazes e raparigas tantas vezes iniciam os seus namoricos, dado que o momento é de euforia festiva e proporciona uma certa desinibição necessária para se lançarem uns belos piropos ou umas declarações de amor.
Geralmente também não faltam nas varandas circundantes e noutros lugares propícios à observação, espectadores atentos, principalmente mulheres, com maior espírito de atenção a estas coisas que vão comentando os comportamentos dos pares que animam o espectáculo do baile. Nada lhes escapa e se alguém dança com o mesmo par várias vezes, torna-se logo alvo da sua observação e há logo alguém que diz que já namoram: - “Eles andam muito apitchados”.
De um modo geral, salvo algumas excepções, é assim que decorrem os dias de festa em Sortelha e nas suas anexas.
As principais festas da freguesia são: as festa de Stº Antão e a de Stº António em Sortelha, a festa da Senhora do Desterro na Quarta-Feira, pois a da Senhora de Fátima que costumava ser em Maio já não se tem realizado, a festa da Senhora da Guia nas Caldeirinhas, a festa de Stª Bárbara no Dirão da Rua e a festa da Senhora de Fátima celebrada na Azenha e na Ribeira da Nave.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Na Quarta-Feira a chuva é pouca e o frio é muito

À semelhança do último Outono também o Inverno está a ser muito pobre em chuva.
Ao que parece, o que veio mesmo para ficar foi o frio, pois durante a noite e de madrugada as temperuras são negativas. O que vale é que na Quarta-Feira a lenha é de boa qualidade!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Declaração de IRS




Nota importante:
 
Na declaração de rendimentos de 2011, na rubrica "Pessoas a Cargo", não esquecer de indicar os nomes do Presidente da República, dos membros do Governo, dos deputados parlamentares, dos gestores das Empresas Públicas e de todos os outros f.d.p. que comem do nosso bolso.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mensagem de Natal de D. Manuel Felício ( Bispo da Guarda ) - O Natal já passou mas o conteúdo é interessante.


Natal – nasceu Jesus e renasce a esperança

Voltamos a viver o Natal em
situação de crise, portanto com sofrimento acrescido para muitas pessoas e
famílias. Diminuem os ordenados, cresce o número dos que perdem emprego, aumentam
os impostos e taxas para níveis muito desconfortáveis, pondo em causa a próprio
sustentabilidade económica da sociedade; o poder de compra desce todos os dias,
ainda que, em geral, de forma silenciosa. As pessoas sofrem e aumentam os casos
de pobreza, sendo, com frequência pobreza envergonhada.

Por outro lado, sabemos que,
apesar de a população mundial ter ultrapassado, há poucas semanas, o limite dos
7 mil milhões, há recursos materiais suficientes para todos. Não chegam é para
manter hábitos de consumo material desajustados à realidade quer das
necessidades verdadeiras das pessoas quer da disponibilidade dos bens criados.
Por isso são já muitos os profetas da actualidade que pedem uma mudança de
paradigma nos hábitos e nas práticas das pessoas e da sociedade. São poucos,
porém, os que arriscam definir os caminhos desse novo paradigma.

Do Presépio de Belém vêm-nos
indicações para definirmos bem o modelo de vida em sociedade que as novas
circunstâncias exigem. Assim, o Menino de Belém, sendo Senhor do mundo,
contentou-se com as palhinhas de uma manjedoira e a companhia de alguns animais
para berço do Seu nascimento, sob o olhar atento do Pai e da Mãe. Recomenda-nos
sobriedade.

Também, desejando prestar um
serviço ao mundo e a cada pessoa em concreto, sendo Deus e Senhor, assumiu a
condição humana até às últimas consequências, sem qualquer reserva. Aceitou
passar pelo sofrimento e pela rejeição social, desde o primeiro momento da sua
entrada na história, porque não houve para ele lugar nas casas nem nas
hospedarias, partilhando, assim, a sorte dos excluídos.
Recomenda-nos a solidariedade.

Nasceu no seio de uma família,
onde reinava o amor incondicional e sem reservas entre marido e esposa; o amor
total para aquele Filho; a procura de soluções e partilha de sofrimento nas
horas difíceis – não foi fácil aceitar que o nascimento fosse numa gruta de
animais, como não foi fácil a fuga para o Egipto ou a perda do Menino em
Jerusalém nos tempos da sua adolescência.
Esta é uma lição de família.

Hoje continuamos a precisar de
famílias assim, assentes no amor e na fidelidade sem condições entre os
esposos; famílias onde os filhos se sentem sempre bem acolhidos, amados e
valorizados; famílias onde os idosos se sentem em casa e  nunca abandonados; famílias que sejam
verdadeiramente escolas de valores humanos e cristãos essenciais para a
cidadania.

O Natal, festa comemorativa do
Nascimento de Jesus, é também festa da Família. Por isso pede novas atitudes da
sociedade e das leis que a regulam para com a instituição familiar. De facto,
assistimos a hábitos instalados de desprezo pela realidade da família, que só
podem gerar sofrimento das pessoas e cada vez mais exclusão social.

Que este Natal seja, de verdade,
nascimento de Jesus no coração e na vida das pessoas e instituições, incluindo
a organização social que temos, para que a valorização das famílias, a
sobriedade no consumo, a solidariedade dirigida à situação de cada um, na
proximidade e atenção diárias sejam parte essencial da mudança de paradigma da
nossa vida em sociedade tão apregoada nos actuais tempos de crise.

Guarda e Paço Episcopal, 8 de Dezembro de 2011

+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda

sábado, 7 de janeiro de 2012

Hoje dia 7 de Janeiro realizou-se a Volta da Santa 2012. Os cigarrinhos... esses foram poucos...Será que é da Troika?


O que diz o povo sobre o mês de Janeiro

A água de Janeiro, vale dinheiro.

Janeiro quente traz o diabo no ventre.

Ao luar de Janeiro, se conta dinheiro.

Em Janeiro, um porco ao sol outro no fumeiro.

Os bons dias em Janeiro vêm-se a pagar em Fevereiro. 

A 20 de Janeiro, uma hora por inteiro e quem bem contar, hora e meia vai achar.

Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de Janeiro.

Janeiro greleiro, não enche o celeiro.

Em Janeiro sobe ao outeiro. Se vires verdejar, põe-te a chorar. Se vires terrear põe-te a cantar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

As Janeiras

Em tempos recuados,, durante o mês de Janeiro, rapazes e raparigas, juntavam-se à noite, depois da ceia para irem cantar as Janeiras às portas das pessoas, desejando-lhes as boas festas e recolhiam alguns donativos para no final fazerem uma borga.
Quando chegavam às portas das casas, era costume cantarem algumas quadras, das quais se destacam as seguintes:
Boa noite, Boa noite !
Que seja de alegria!
Quem nos manda é o Rei da Glória
Filho da Virgem Maria.

“Inda” agora aqui “tcheguei”
E “à” por o “pei” na escada
Logo “mê” coração “dixe”
Aqui mora gente honrada.

Viva lá senhora……
Raminho de “amendoêra”
“Indanda” cá neste mundo
Já no céu tem a “cadêra”

Esta casa é muito bela,
E forrada a “denhêro”
Quem dentro dela passeia
É um nobre “cavalhêro”

Levante-se lá senhora
Desse banco de cortiça
Venha-me dar as “Janêras”
Ó morcela ó “tchoriça”

Quando a família visitada não vinha à porta e não respondia, ou se respondia mal, então nesse caso cantavam uma quadra em desabono da casa, tal como:

Vamo-nos daqui embora
Vamos daqui abalar
Que estes “barbas de farelo”
Não têm nada que nos dar.











domingo, 1 de janeiro de 2012

A Volta da Santa

O Natal Já lá vai e aproxima-se o dia de reis que na Quarta-Feira não tem qualquer celebração especial. Todavia, porque na freguesia vizinha de Águas Belas existe uma tradição antiga coincidente com o dia de reis, que se estende a duas das anexas de Sortelha, talvez por uma razão de proximidade, aqui fica uma pequena referência a essa tradição, a que o povo chama “ A Volta da Santa”.
Na Quarta-Feira conta-se que há muitos anos, nas terras do termo de Águas Belas e possivelmente também na Quarta-Feira e Dirão da Rua, desaparecia todos os anos uma pessoa sem que alguém soubesse o que lhe tinha acontecido.
Assustados com o insólito acontecimento, os habitantes prometeram dar todos os anos, no dia de reis, uma volta com a imagem de Nossa Senhora por toda a freguesia de Águas Belas, incluindo no trajeto também as aldeias de Quarta-Feira e Dirão da Rua que, embora pertencendo à freguesia de Sortelha, ficam mais próximas de Águas Belas.
Uma comissão de quatro mordomos vai a todas as casas dar a imagem de Nossa Senhora a beijar a cada uma das famílias, dizendo à chegada a cada casa:
“ Nossa Senhora entra nesta casa” – ao que a família visitada responde: - “Nossa Senhora é que cá queremos”. Após esta resposta, os mordomos entram e dizem: - “Boas Festas corporais e espirituais para toda a família”, seguidamente e com o devido respeito, os elementos da família presentes ajoelham-se e beijam o quadro de Nossa Senhora, que um dos homens traz pendurado ao pescoço.
Terminada esta parte, a família oferece algumas bebidas e bolos, que previamente colocou sobre a mesa, mas que os visitantes só aceitam de onde em onde, dado o grande número de casas que têm que visitar não lhes permitir beberem em todo o lado.
Finalmente, não se sabendo muito bem porquê, os homens deixam maços de cigarros para as pessoas fumarem. Nesse dia, jovens e adultos, todos fumam um cigarro dizendo: - “Este não faz mal porque é da Santa”.
Cumprindo anualmente esta promessa, segundo os mais antigos contam, nunca mais desapareceu ninguém até ao dia em que, por causa de um grande nevão, não puderam dar a Volta e, de novo, uma pessoa desapareceu. Após esse acontecimento, prometeram que a “Volta” seria dada independentemente das condições climatéricas, o que ainda hoje acontece.