terça-feira, 15 de maio de 2012

Nós Quartafeirenses...

Todos nós Quartafeirenses temos no coração a nossa terra querida, que por razões diversas nos deixa simplesmente a sonhar. A Quarta-Feira é a terra dos sonhos de cada um de nós, pois foi nela que chorámos, rimos, cantámos, trabalhámos, enfim existe uma profunda porção de vivências, memórias, pensamentos, frustrações, alegrias, tristezas e muitas outras emoções que estão à volta da nossa aldeia, que nos marcaram no passado e nos tornou no que somos hoje.

Esta aldeia viu-nos nascer, crescer, aprender, trabalhar, enfim…fez-nos viver.

A Quarta-Feira podia hoje ser uma terra mais sorridente se tivesse todos os seus filhos dentro dos seus limites geográficos, mas na vida nem tudo é como cada um quer, pois por vezes obriga-nos a fazer escolhas duras mas necessárias para podermos seguir aqueles sonhos de criança que pesados na balança, o que é mais pesado e mais difícil é a busca de uma vida melhor e parece ser a decisão mais acertada.

A vida, por vezes, obriga-nos a fazer aquilo que mais dói e mostra-nos que é preciso mudar, voar alto e bem longe para outro lugar onde moram promessas e os sonhos de menino, longe da pacatez e do silêncio da Quarta-Feira, talvez numa cidade grande e confusa.

Perto ou longe guardamos no coração a nossa aldeia que nunca deixou de ser a mesma que era no dia em que decidimos partir para mais tarde regressar. No entanto, nesse dia a Quarta-Feira ficou certamente mais pobre, pois a presença de cada um e o calor humano faz falta à nossa gente, por isso cada um que aqui pertence e que anda lá longe não se esqueça da sua aldeia, dos tempos que outrora aqui passou e das memórias de um tempo que teima em não voltar e que as recordações de outros tempos sejam também mais um bom motivo para aqui regressar de quando em vez para recordar e reviver os tempos de infância que na Quarta-Feira passou e certamente ainda não esqueceu.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Jogo das Alhas Alhas


Era jogado por pessoas de qualquer idade, na altura das castanhas.

Habitualmente participavam dois jogadores, mas podiam entrar tantos quantos quisessem.

Um desafiava o outro, estendendo-lhe a mão fechada. O parceiro dizia-lhe:

Alhas alhas, abre a mão e dá-mas, ao que o parceiro respondia:

Se atinares quantas são a ti tas darão.

Se o que respondia acertava o número exato de castanhas, ganhava-as e ficava, por sua vez, a estender a mão.

O jogo prolongava-se, do mesmo modo, até que os participantes o decidissem ou algum deles ficasse sem castanhas.




segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quarta-Feira "Aldeia dos Meus Encantos"


Nasci no sopé de duas serras, onde, segundo rezam as crónicas populares, havia muitos tocadores, minas que davam vida  e pão a muita gente e muitas tradições únicas que fazem desta aldeia um lugar único com uma paisagem admirável e um clima maravilhoso.

Na aldeia dos meus encantos, cresci a ouvir cantar os rouxinóis, o cuco, os galos, o tilintar das campainhas das vacas, dos chocalhos das cabras e ovelhas, de passear nos tradicionais carros de vacas e a cavalo nos dóceis burros que estão quase em vias de extinção.

À medida que fui crescendo fui-me deliciando a ouvir histórias que os mais antigos muito bem sabem contar e que eram e são uma forma de conhecer um pouco do passado e da forma de viver deste povo.

A Quarta-Feira é, sem sombra de dúvida a aldeia mais bonita da freguesia de Sortelha e até do concelho de Sabugal onde cada montanha, cada ribeira, cada pedra e cada pormenor tem um encanto próprio que só é apreciável pelos olhos que realmente sabem apreciar aquilo que é verdadeiramente belo e deslumbrante.

Na aldeia dos meus encantos a história faz-se todos os dias ao mesmo tempo que há espaço e oportunidade para viver a história dos nossos antepassados com amor e alegria.

Na Quarta-Feira interiorizou-se o princípio de que nem só de pão vive o homem e ainda se preservam muitas tradições como o Carnaval com a fama, o cozer do pão, dos doces e outros petiscos que fazem crescer água na boca, a volta da Santa, o Santordia e outras que são típicas da nossa aldeia.

A aldeia dos meus encantos está de braços abertos para aqueles que a visitam oferendo-lhes o perfume das flores campestres, a tranquilidade e o abraço amigo da amizade aldeã, consagrada na célebre expressão: “Entre quem é boa gente”.


Proverbios do mês de Maio


Sol de Maio e boa terra, fazem melhor gado que o pastor mais afamado

A melhor cepa, Maio a deita.

Maio claro e ventoso, faz o ano rendoso.

Maio couveiro, não é vinhateiro.

Maio frio, Junho quente, bom pão, vinho valente.

Maio jardineiro, enche o celeiro.

Maio pardo, faz o pão grado.

Maio que não der trovoada, não dá coisa estimada.

Em Maio, comem-se cerejas ao borralho.

Mês de Maio, mês das flores, mês de Maria, mês dos amores.

Quando em Maio não troa (troveja) , não é ano de broa

Em Maio verás, a água com que regarás

Maio serôdio ou temporão, espiga o grão

Favas, Maio as dá, Maio as leva.

Maio hortelão, muita palha, pouco pão.

domingo, 6 de maio de 2012

Dia da Mãe


Hoje dia 6 de Maio comemora-se o Dia da Mãe com o objetivo de homenagear todas as progenitoras.

Porque todas as mães são especiais e principalmente as da Quarta-Feira, aqui ficam, para todas as mães Quartafeirenses, os votos de um bom dia e um poema dedicado a elas.

Mãe, se fosses uma cor

Serias verde como a natureza,

Serias brilhante como o Sol,

Serias vermelha como o amor.


Mãe, se fosses um fruto

Serias saborosa como o morango,

Serias doce como a melancia,

Serias perfumada como um pêssego.

Mãe, se fosses um nome

Serias calor que me aconchega,

Serias alegria que me faz crescer,

Serias paciência para me aturar.

Mãe, se fosses um perfume

Serias intensa como rosas,

Serias tímida como as violetas,

Serias suave como o acordar da natureza.

Mãe, se fosses vida

Serias o ar que eu respiro!

Serias o alimento que me faz crescer!

Serias tudo para mim!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jogo dos Compadres

Durante a Quaresma um rapaz e uma rapariga, de comum acordo, entrelaçavam os dedos da mão direita e diziam:

Enganchar, enganchar

Até ao dia do afolar

Quando eu te vir

Hei-de te mandar rezar.

Deste modo ficavam compadres e acordavam ( contratavam ) que, até à véspera do dia de Páscoa, o primeiro que visse o outro, o “mandava rezar” um “Padre Nosso” e uma Avé-Maria.

Quando estabeleciam  o contrato diziam logo que debaixo de telha não valia, por isso, alguns de espirito mais imaginativo e mais brincalhões, traziam sempre um caco de telha no bolso, para colocarem na cabeça quando viam o respectivo compadre, para que o não pudessem mandar rezar.

O que no último dia fosse descoberto pelo outro fora de casa e fosse mandado rezar, obrigava-se a dar amêndoas ao compadre ou comadre, indo comprá-las a Sortelha, à Festa de Santo Antão ou à Senhora da Póvoa.

As raparigas nesse dia evitavam sair de casa, para não serem vistas, enquanto os rapazes eram mais fáceis de encontrar na rua, por isso na maior parte das vezes perdiam.