terça-feira, 28 de junho de 2011

Poema "A Minha Aldeia"

 
        A minha aldeia
Antônio Gedeão
        Minha aldeia é todo o mundo.
        Todo o mundo me pertence.
        Aqui me encontro e confundo
        com gente de todo o mundo
        que a todo o mundo pertence.
        Bate o sol na minha aldeia
        com várias inclinações.
        Angulo novo, nova ideia;
        outros graus, outras razões.
        Que os homens da minha aldeia
        são centenas de milhões.
        Os homens da minha aldeia
        divergem por natureza.
        O mesmo sonho os separa,
        a mesma fria certeza
        os afasta e desampara,
        rumorejante seara
        onde se odeia em beleza.
        Os homens da minha aldeia
        formigam raivosamente
        com os pés colados ao chão.
        Nessa prisão permanente
        cada qual é seu irmão.
        Valência de fora e dentro
        ligam tudo ao mesmo centro
        numa inquebrável cadeia.
        Longas raízes que imergem,
        todos os homens convergem
        no centro da minha aldeia.


        -Dentro de todo o Universo, a Terra é de facto uma aldeia e cada um de nós não é mais do que uma formiga.
        Cada ser é único na sua maneira de sentir, ver e estar no Universo.
        Mas no fundo somos todos iguais na mesma aldeia.

Sem comentários:

Enviar um comentário