A apanha da azeitona na Quarta-Feira está aí e já são muitos aqueles que iniciaram a árdua tarefa arregaçando as mangas, ou melhor, vestindo os casacos, as botas e os gorros mais quentes que lá têm em casa, uma vez que esta atividade coincide sempre com o tempo frio, o que dificulta ainda mais.
Por esta altura, na Quarta-Feira, todas as conversas vão dar à azeitona, quer seja ao serão em casa, no café ou numa simples conversa de rua. De um modo global as conversas, não andam longe de: amanhã vou / vamos colher a azeitona da "Boutcha", do "Vale D' Arca" ou do " Tchão da Porta", ou de outro lado qualquer, ou hoje esteve frio ou chuva e não deu para colher, ou esteve um dia bom e até se lá andou bem, já tenho a vez marcada para tal dia, fundiu bem ou mal, eles roubam muito, isto nem compensa, é mal empregada ficar lá, temos que colher o que Deus nos dá, é uma coisa que ainda vai dando, sempre se vai vendendo ou então aqueles que têm pouca vontade de a colher, lá vão deixando escapar a afirmação e dizendo que valia mais não ter o raio das oliveiras.
Seja como for, com pouca ou muita vontade, os Quartafeirenses lá vão colhendo a azeitona na medida do possível e quando chega a hora de temperar as couves e o bacalhau no dia da consoada, já todos se esqueceram do trabalho que deu e lá vão dizendo que o azeitinho é bom e é uma coisa que nem dá grande trabalho.
Haja azeite, com abundância que o povo da Quarta-Feira tem o paladar bem apurado e este sabor jamais pode ser dispensado...
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