“Entrar para a malta” foi no passado uma expressão muito usada na Quarta-Feira, mas hoje, porque tudo mudou, esta simples frase caiu no esquecimento, deixou de fazer sentido e já não tem aplicação.
Esta era então a expressão que na Quarta-Feira dava nome ao momento em que um adolescente transitava da fase de “puto” ao estatuto de rapaz que lhe conferia algumas regalias, pois a partir de então estava autorizado a alinhar com a rapaziada nas “peripécias e farras” próprias de uma juventude irreverente, com uma identidade construída com base em valores, regras e normas comuns a todos.
Essas regalias passavam por exemplo, pela permissão em frequentar a taberna até altas horas da madrugada, em andar na rua durante a noite, participar em borgas e outros privilégios que davam aos ditos membros da malta uma certa liberdade e sensação de independência.
Hoje, esta expressão deixou de fazer sentido porque tudo é muito mais precoce e tudo é permitido na mais tenra idade e por outro lado não há, e ainda bem, uma separação tão acentuada entre miúdos e graúdos.
No entanto e por outro lado seria bom que “ o entrar para a malta” ainda fosse uma realidade pois era sinal que havia muitos jovens que certamente dariam uma vida nova à aldeia.
Enfim… Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
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