Antigamente, fazer água ardente era uma actividade comum, pois os antigos não se preocupavam com excessos de álcool ou com os seus malefícios e todos tinham um certo brio em ter “cachaça” quanto mais forte melhor para, nos dias frios, andarem mais quentes e para, quando as situações se proporcionassem, oferecer aos amigos.
Seria também com esses propósitos que um dia o “Ti Manuel Antunes” que morava em frente à casa do Ti Luís Cunha, fez a sua água ardente, mas ao que parece e se conta na Quarta-Feira, “levou para tabaco”, isto é, levou uma lição que nunca mais deve ter esquecido.
O “Ti Manuel Antunes” estava tranquilamente a fazer a água ardente, quando, por obra do acaso se lhe juntaram à volta da sua alquitarra, os rapazes da época, que por tradição se juntavam nas noites em que alguém tinha o lume aceso e a água ardente a correr para o garrafão.
O que de facto aconteceu e ficou para a história da Quarta-Feira foi a particularidade de os rapazes irem provando e conversando até que o coitado do “TI Manuel Antunes” acabou de fazer a alambicada e não ficou mesmo com nada, pois os ditos rapazes beberam-lhe toda a água ardente.
A titulo de curiosidade, o “ Ti Manuel Antunes” era casado com Conceição Baptista, foi um casal da Quarta-Feira que, segundo se conta, teve “só” 19 filhos e nenhum sobreviveu.
Sem comentários:
Enviar um comentário